Saiba como ajudar e aderir ao Fórum Social Mundial, Justiça e Democracia, que deve acontecer presencialmente em 2022, no Brasil

O Fórum Social Mundial, Justiça e Democracia – versão temática que acontecerá no Brasil em 2022, acompanhará o Fórum Internacional que acontecerá no México, no mesmo ano de 2022. Em 2021, a pandemia impediu o encontro e o evento realizou-se de forma virtual, com mais de 50 atividades: mesas de exposições, debates, entrevistas, vídeos e eventos culturais preparatórios, transmitidos pelos canais digitais do FSMJD (Fórum Social Mundial Justiça e Democracia), promovidos pelas entidades parceiras, entre elas a AJD.


Para a retomada presencial e a manutenção das plataformas digitais, o Comitê Facilitador do Fórum tem divulgado os meios para quem puder colaborar financeiramente e aderir ao evento. No texto abaixo, a juíza aposentada, Raquel Braga, representante da AJD no Comitê Facilitador, e a presidenta da entidade, juíza Cristiana Cordeiro, falam um pouco da história do FSM, que aconteceu pela primeira vez em Porto Alegre no ano de 2001, e o surgimento dos Fóruns temáticos como este que acontecerá em 2022, no Brasil. 

 

 

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, JUSTIÇA E DEMOCRACIA, 2022:

 PULMÃO COLETIVO EM TEMPOS DE FALTA DE AR

 

O que é o Fórum Social Mundial Justiça e Democracia - FSMJD e por que o Brasil o inicia de forma virtual em 2021? Antes das respostas, necessário dizer como nasceu e caminhou um movimento de 20 anos, iniciado com 10 mil pessoas, tendo alcançado mais de 120 mil participantes, sem perder a urgência e a atualidade ao apregoar “Um outro mundo é possível”.

 

O Fórum Social Mundial-FSM é fruto do Brasil, da associação de ideias entre ONGs (Organizações Não Governamentais) brasileiras e o jornal francês Le Monde Diplomatique, com o objetivo de firmar o contraponto ao Fórum Econômico Mundial realizado em Davos desde 1971.

 

O evento tem periodicidade bianual, de temática variada essencial: fome, pobreza, retrocessos em direitos humanos e trabalhistas, dano ambiental e efeitos perversos da globalização e do capitalismo e, a sua inviável nova forma, neoliberalismo. A vulnerabilidade da democracia e da justiça, além do imbricado efeito estrutural da desigualdade econômica com suas consequências abomináveis: preconceito, discriminações, racismo, machismo, extermínio dos povos originários e os demais conteúdos das pautas identitárias.

 

O primeiro Fórum Social Mundial realizou-se no ano de 2001, em Porto Alegre e a Capital gaúcha sediou as primeira edições edições, de 2001 a 2005, com exceção de 2004, extraordinariamente, realizado em Mumbai, na Índia, integrando pessoas e movimentos de 117 países.

 

O de 2006 teve uma experiência inédita, realização simultânea em dois pontos do Planeta: Bamako, em Mali; e Caracas, na Venezuela, objetivando a interação continental: África, América e Ásia. Contava, ainda, com Karachi, Paquistão, obrigado a cancelar ante os estragos do terremoto de 2005.

 

A África o sediou em 2007, em Nairóbi, no Quênia, “cinco dias de resistência cultural e celebração”. O formato tradicional fora substituído em 2008, na forma de “Uma Semana de Mobilização Global”, com o ápice no Dia de Ação Global, 26 de janeiro de 2008, ocupações específicas e artísticas, em todo o mundo, inspiradas em proposições e em configurações eleitas pelos recantos do planeta.

 

Em 2009, novamente no Brasil, na capital paraense, Belém, entre 27 de janeiro e 1° de fevereiro de 2009; voltando a Porto Alegre em 2010; em 2011, Dakar, com 75 mil participantes; em 2012, Porto Alegre; 2013, Tunísia, aproximando o movimento global anticapitalista das lutas revolucionárias da região; em 2014, Porto Alegre; em 2015, Porto Alegre e, novamente, a Tunísia; 2016 e 2017, Porto Alegre; 2018, Bahia.

 

O FSM, portanto, reúne países, pessoas e movimentos sociais que se opõem às políticas neoliberais, contestando prescrições econômicas ditadas como inevitáveis. Crítica que se confirma na pandemia que desmascarou a falência do desenho da concentração financeira e da produção em países a oceanos de distância.

 

O ano de 2020 não teve o seu Fórum Social ante a COVID-19 e, em 2021, o Brasil bolsonarista, legado do lavajatismo que converteu a justiça em arma de guerra, trouxe o desmonte do país. A junção desse cenário com a pandemia acabou por confinar a resistência dos lutadores sociais em seus lares e impulsionou o Fórum Social Mundial de 2021 para as vias digitais.

 

Esse é o grande desafio dos organizadores do evento: manter o curso e custos do Fórum nas plataformas virtuais até a realização do presencial, em maio de 2022.

 

Neste cenário onde o Poder Executivo empurra os brasileiros para a morte, marcado pelo frágil e inconstitucional funcionamento das instituições, eclode o tema do Fórum, JUSTIÇA E DEMOCRACIA. A urgência da recuperação do devido processo legal e fortalecimento dos princípios republicanos não se restringe ao Brasil de 2016. A América Latina também tem sofrido golpes de Estados, são exemplos: tentativa de golpe na Venezuela (2002); golpe em Honduras (2009), Paraguai (2012), Brasil (2016); e Bolívia (2019). O grave contexto exige uma concepção crítica, além de posturas e ações pensadas sob dois enfoques: 

   

1.Contenção do retrocesso em direitos humanos.

 

2. Alerta para a ameaça que paira sob as democracias.

 

Como anda a democracia no mundo, quais as implicações do judiciário nessas respostas? As conquistas civilizatórias estão solidificadas? O modelo econômico hegemônico fracassou no cumprimento de alimentar, partilhar a riqueza ou proporcionar uma sociedade confortável para todos? Por que as grandes corporações foram retiradas da esfera de julgamento do judiciário e os tribunais arbitrais não estão jungidos ao regramento constitucional?

 

São indagações, além de outras, candentes, para pensar e esboçar soluções de vida em contraponto à morte, à fome, às desigualdades.

 

Os efeitos catastróficos da pandemia estão no mundo agravados pelos equívocos e ineficácia do modelo econômico neoliberal. No Brasil intensificaram-se pela ausência de política nacional coordenada de combate ao vírus e na adoção de estímulo ao uso de tratamentos precoces, ineficazes, que levaram o país a vergonhosa soma de mais de 500 mil mortos. A CPI da COVID, em curso no Senado, aponta para o cometimento de crimes de responsabilidade, prevaricação, advocacia administrativa, peculato e crime humanitário com a política de extermínio das populações vulnerabilizadas.

 

Todas as questões citadas, além do racismo, machismos, orientação sexual, massacre aos povos originários, política cultural integram os eixos temáticos do FSMJD e exigem alternativas. As nossas propostas estão nas redes. Mais de 50 atividades foram realizadas entre 26 a 30 de junho de 2021, entre mesas de exposições, debates, entrevistas, vídeos e eventos culturais nos canais do FSMJD, AJD, ABJD, GGN, 247, TV RESISTÊNCIA e outros parceiros digitais.

 

Participe, contribua financeiramente com o evento, passe nos canais, divulgue e curta as atividades, faça parte, como puder, dessa possibilidade de transformação, resgate e aperfeiçoamento do Brasil e do globo.

 

“Um outro mundo é possível”, mas é luta!

 

Raquel Braga

Comitê Facilitador do FMJD e membra da AJD

Cristiana Cordeiro

Presidenta da AJD

 

Para adesão ao FSMJD, preencha o formulário abaixo:

https://forms.gle/hhrDuJvyiKKixQuu7

 

Como ajudar financeiramente:

Campanha de arrecadação, conta ABONG - Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais

 

 

  • PIX: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

  • Transferência Bancária

                Banco: 237 (Bradesco)

                Agência: 3130

                Conta Corrente: 15.693-0

                CNPJ: 68.630.623/0001-81 ABONG