Campanha de financiamento coletivo para o documentário "Reconhecidos"

reconhecidos

 

Em apoio à realização do longa-documentário “Reconhecidos”, a AJD realiza campanha de financiamento coletivo. O filme é uma produção independente da Pesquisadora Fernanda Amim e do Cineasta Micael Hocherman.

“Reconhecidos” aborda os casos emblemáticos de 5 jovens negros da região metropolitana do Rio de Janeiro, que tiveram suas histórias de vida bruscamente alteradas depois de terem sido reconhecidos criminalmente com base em uma fotografia. Lançados em uma nova realidade, que vai do estabelecimento penitenciário a sala de audiência, passando por corredores frios de mármore, atos complexos, linguagem rebuscada, essas histórias nos revelam que por trás de conflitos e posicionamentos jurídicos, existem pessoas, muitas vezes inocentes, e que o debate sobre o sistema de justiça é na realidade, um debate sobre a estrutura e o desenvolvimento da própria sociedade.

O Brasil é o país com a terceira maior população carcerária do mundo, possuindo cerca de 760 mil presos (SISDEPEN), a sua maioria negros e pardos. O reconhecimento fotográfico é uma derivação do “reconhecimento de pessoas” previsto em um dispositivo legal do Código de Processo Penal, editado originariamente em 1941. Trata-se de uma técnica complexa, cujo sentido e alcance é objeto de divergência pelos próprios agentes do sistema de justiça.

Recentemente uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo identificou que as falhas em reconhecimento alimentam a máquina de prisões injustas de negros e pobres, já que de cem casos de inocentes condenados e presos, 71% eram negros. Em um levantamento recente realizado pelo CONDEGE e pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro (que possui um dos piores índices do sistema penitenciário do Brasil) é apontado como o estado com maior número de casos de erro judicial em decorrência do reconhecimento equivocado, dentre os quais 83% são de pessoas negras, revelando índices mais graves que os nacionais. Em relação aos crimes imputados, as pesquisas demonstram ainda que 85% das pessoas acusadas foram processadas por roubo com emprego de arma de fogo, ou seja, por crimes contra o patrimônio.

Dada a importância da discussão lançada pelo documentário, a AJD abraçou a ideia de juntamente a seus associados levantar recursos para o desenvolvimento do projeto, pois a temática abordada é central na missão da associação: o combate ao encarceramento em massa e o racismo do sistema brasileiro de justiça, que neste caso, se utiliza de novos artifícios para mais prisões de pessoas pretas e pobres.

Os interessados em contribuir podem fazer através do pix da AJD: 65518532000160 (CNPJ). A AJD pede aos doadores que enviem os comprovantes para o whatsapp da secretaria: (11) 93360 3779, desta forma é possível identificar a destinação correta dos valores depositados. Todos aqueles que financiarem o filme "Reconhecidos" terão seus nomes expostos nos créditos do documentário, caso desejem. Por isso, ao enviar o comprovante de depósito sinalize também que gostaria de ser contemplado nos créditos do filme.

A campanha de financiamento vai até o dia 30 de novembro.